Com que roupa eu vou?
por Elaine de Sousa
Tatuagem, piercing, cabelos coloridos e penteados - ou completamente desarrumados! - e, finalmente, a roupa que compõem o visual. Afinal, o que as roupas e acessórios têm a ver com a produção do seu estilo? E, principalmente, qual é o seu estilo? Funkeiro, roqueiro, rapper, punk, patricinha, clubber... Uma galeria de tribos se forma de tempos em tempos para expressar, no fundo, no fundo, idéias e pensamentos sobre o mundo em que vivemos... Ideologias, crenças, paixões, postura política e religiosa... Mas será que é possível expressar nossos sentimentos mais profundos por meio do visual? Aquilo que, de fato, está dentro da gente? Será que acessórios e vestuários são capazes de dizer o que somos ou servem apenas para reproduzirmos modismos e alimentarmos o tão falado consumismo?
Muitas vezes, corremos o risco de usar algo que nada tem a ver com o nosso jeito, criando apenas uma personagem, alguém que a gente gostaria de ser... E pior: ao criar esse personagem, alguns jovens e adolescentes tornam-se escravos do espelho e da malhação, em busca do perfil “ideal” e, acima de tudo, aceito pelo grupo. E não precisa ser radical não. Pense sobre tudo o que você usa para se mostrar para os outros. Tênis (de marca ou não), corte de cabelo, jaqueta, bolsa, celular... Tudo isso pode demonstrar o estilo de uma pessoa - ou a absoluta falta dele.
Fóruns de discussões na Internet, de sites como Mundo Adolescente (www.mundoadolescente. com.br), trazem polêmicas sobre modismo e estilo. “Hoje toda essa história de piercing, tatuagem e cabelos coloridos não mostram uma luta por ideais, revolta ou movimento. É um modismo. Assim como a história dos moicanos e do movimento punk. Tudo foi por água abaixo por causa desta sociedade consumista. Isso é uma grande futilidade”, diz um adolescente. Para outro: “Ter estilo é superlegal. Todos nós comunicamos algo com nosso jeito de ser. A sociedade tem padrões pré-moldados e quem se diferencia revela muita coragem e ousadia.”
